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Tourism Tidbits em Português

Alguns dos Principais Desafios que Enfrentam as Empresas Turísticas – Parte 2

March 2016

No mês passado avaliamos alguns dos desafios que as atividades turística tem de enfrentar em 2016. Neste, continuaremos com tal tarefa. É de sublinhar que, embora tenhamos lidado com desafios diferentes em cada um dos meses, as interações são comuns e não devem ser tidos isoladamente, mas como partes de um todo.

  • Fique preparado para a instabilidade econômica. Enquanto assistimos à queda das cotações das Bolsas combinada com baixos preços do petróleo, não podemos evitar uma sensação de incomodidade. O otimismo que dominava no ano passado deu lugar à incerteza tanto nos Estados Unidos quanto na América Latina e na Europa. Os especialistas apontam para a muitas nuvens que toldam o horizonte. Entre estas estão uma economia instável na Europa, a recessão em países como o Brasil e um aumento do desemprego, assim como um arrefecimento da economia chinesa. Assim, é essencial recordar que, embora a taxa de desemprego esteja a um nível baixo nos Estados Unidos, os números não espelham necessariamente uma economia robusta, mas tão só que milhões de pessoas desistiram de procurar trabalho. Neste mundo de recuperações falsas, um desemprego baixo não se traduz numa maior vontade de viajar por parte das pessoas em geral.
  • Preste atenção ao mundo.  O mundo político continuará instável e é bem que, quando a instabilidade atinge as pessoas, estas ficam com menos propensão para gastar dinheiro em luxos, tais como as viagens. A instabilidade política é agora uma grande preocupação na África e na América Latina, com o Médio-Oriente, a Europa e a América do Norte expostas a ataques terroristas e a América Latina ainda sofrendo altos índices de criminalidade e de tráfico de droga. Mais ainda, ninguém sabe como irá acabar a crise dos refugiados na Europa ou quais as conseqüências de um aumento da criminalidade no Turismo europeu. Por sua vez, o Brasil, tal como boa parte da América Latina, sofre tanto com o crime quanto com questões sanitárias.
  • Esteja ciente da falta de pessoal capacitado. Porque cresceram muito rapidamente, em muitos destinos existem grandes carências no que se refere a mão de obra especializada. É patente que o Turismo precisa de pessoas motivadas e com formação. Ainda assim, muito poucas pessoas empregadas nas atividades turísticas dominam várias línguas, têm competências no domínio da Informática ou bons conhecimentos no que se refere à utilização prática das estatísticas. Estas falhas, em termos de Educação e de Formação, não só têm custos financeiros como levam à perda de oportunidades e à incapacidade de adaptação aos novos desafios.
  • Salários baixos, recrutamento e retenção de trabalhadores.  Muitos dos trabalhadores que executam tarefas de execução recebem remunerações baixas, têm níveis também baixos de lealdade às empresas e mudam de emprego freqüentemente. Uma grande rotação de trabalhadores torna a formação muito mais difícil e, de cada vez que alguém se vai embora, informação é perdida. Para tornar as coisas ainda mais problemáticas, muitas vezes, saem aquelas pessoas que estão em contato direto com os visitantes. Esta fórmula está condenada a garantir uma baixa satisfação no trabalho e também baixos níveis de satisfação por parte dos clientes. Esta realidade deu lugar a uma carência de mão de obra qualificada por parte das empresas do setor turístico, um dos maiores, senão mesmo o maior, criador de emprego no mundo. Se o Turismo pretender ser sustentável terá de transformar empregos a tempo-parcial em autênticas carreiras sem perder a competitividade em termos de preços. Por outras palavras, se o Turismo quiser continuar a crescer, precisará de contar com  pessoal com a devida formação e motivado, em todos os níveis, desde o de gestão até ao semiqualificado.
  • Regelações excessivas ou sem sentido. Ninguém defende que o Turismo deva ser desregulamentado, embora as iniciativas dos Governos freqüentemente colidam com  bom-senso. Muitas Muitas vezes, tais decisões procuram apenas evitar um processo judicial ou uma má cobertura noticiosa. Demasiadas regulações são só reativas relativamente a pequenos problemas, quando deveriam antecipar problemas crescentes. Freqüentemente, uma tal sobre-regulação põe em causa as empresas turísticas sem defender os consumidores.
  • Falta de promoção adequada e confiável. Muitos destinos tendem a exagerar ou, até mesmo, a fantasiar a respectiva realidade. A falta de verdade na Promoção não apenas leva a que o público perca a confiança nas empresas, mas também a que os investidores temam ficar “queimados”. A Promoção tem de ser tão inovadora quanto verdadeira. O Turismo é uma atividade altamente competitiva e exige uma Promoção que seja boa e inovadora, que capte a essência do destino enquanto mostra o que este tem para oferecer.
  • Condições em falta ou com custo elevados. Em demasiados destinos, ao redor do mundo, faltam condições, mesmo as mais básicas. Desde água potável e limpa nos hotéis até casas de banho públicas em bom estado. Em demasiados destinos, é difícil encontrar os mais simples serviços públicos. A sinalética é muitas vezes ininteligível para os turistas estrangeiros, o estacionamento um autêntico pesadelo e o acesso à Internet é cobrado em muitos hotéis de “boa qualidade”. Também em muitos destinos, até as chamadas telefônicas locais realizadas desde os quartos de hotel são escandalosamente caras. Estas faltam de condições ou os altos custos das mesmas acabam com todo o sentido da hospitalidade e reduz os fregueses em simples clientes.
  • Necessidade de desenvolver ou atualizar as infra-estruturas turísticas. Por todo o mundo, o Turismo padece devido a insuficiência das infra-estruturas. Estas ameaças vão desde docas e portos precários, passando pelos transportes e chegando até às infra-estruturas urbanas, tais como estradas de acesso, eletricidade, água potável, esgotos e telecomunicações. À medida que os aviões vão transportando mais pessoas, os aeroportos enfrentam não só o problema de movimentar um crescente número de passageiros como também o de processar rapidamente as bagagens, assim como o de lidar com as filas para as alfândegas e os serviços de imigração. Estas carências de infra-estruturas têm ainda a ver com a Segurança, pois os Governos procuram identificar os potenciais terroristas, sem deixar de manter um acolhimento caloroso e hospitaleiro.
  • As companhias aéreas continuarão como aquela parte do Turismo que os viajantes adoram odiar. O transporte aéreo deixou de pertencer às Elites para ser das Massas. Hoje, os passageiros são amontoados nos aviões como se fossem gado,  e tratados como se fossem criminosos, e já não como hóspedes a serem honrados. As tarifas aéreas ficaram tão complicadas que os passageiros precisariam de um curso universitário para as entenderem e os programas de lealdade continuam a descambar. O serviço ficou tão ruim que, quando as hospedeiras / aeromoças sorriem, os passageiros agradecem. Infelizmente, o “chegar lá” passou a fazer parte do “estar lá”, pelo que as empresas turísticas têm de trabalhar com as companhias aéreas para que estas mudem de atitude, fiquem menos interesseiras e mais flexíveis, ou todo o Turismo poderá sofrer. Sempre que transportes aéreos ruins se somam a problemas com as infra-estruturas, uma tal combinação pode ser fatal para as saídas de férias.
  • Nada resulta se quem viaja tiver medo da insegurança. A proliferação de grupos terroristas pelo mundo é uma das maiores ameaças para o Turismo. O Turismo não pode deixar de promover, ao máximo, a Segurança, em todas as suas vertentes. Daí resulta que os destinos sem programas TOPPs (policiamento turístico) sofreram perdas e tenderão para o declínio. A Segurança Pública e a seguranças privadas terão de aprender a interagir e trabalhar em conjunto, não apenas entre si mas também com a Comunicação Social e a Promoção. A velha idéia, segundo a qual a Segurança afasta os visitantes, tem de ser substituída por outra, a de que falta de Segurança lhes provocar medo neles. Por outro lado, o Cibercrime continuará a ser outra grande ameaça para a atividade turística. O Turismo não pode arrastar-se de uma pandemia ou de uma crise sanitária para a seguinte. Da mesma maneira, se não conseguir proteger a Privacidade dos viajantes ou reduzir as fraudes, enfrentará ameaças maiores e mais assustadoras ao longo de 2016.

 


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